sexta-feira, 30 de junho de 2023

Quinta da Casa Amarela Grande Reserva Douro branco 2021 (13%) - 35 euros

Omnívoros: 92

Grande branco do Douro, este que acaba de me chegar às mãos. Diria que as suas uvas provêm de territórios de transição xisto-granito mas o exercício de prova só é estimulante assim, sem bússola nem sextante. Segundo o contra-rótulo, as castas são Viosinho, Rabigato e Gouveio, e o estágio pós-fermentativo deu-se em barricas de 500L de carvalho francês. Uma maravilha. Ambiente aromático de fruta branca de caroço e flores brancas do campo. Boca muito sofisticada, a abrir lentamente nuances para terminar longo e salino. Prato: Açorda de camarão.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Vinho: Discórdia Alentejo branco 2022 (12,5%) | Herdade Vale de Évora - 10 euros

Omnívoros: 87

O enólogo Filipe Sevinate Pinto conhece os terroirs do Vale do Guadiana como ninguém e com a sua brilhante equipa tem vindo a desbravar terrenos inéditos. A partir das castas Verdelho, Arinto e Antão Vaz, consegue de repente o prodígio de um branco de Verão, petisqueiro e com uma invejável frescura. Aromas de vagem de ervilhas, rama de tomate e manga. Boca de frutos de caroço, gila madura e abacaxi. Prato: Lebre com feijão branco.

sábado, 24 de junho de 2023

Vinho: Frei João Reserva Bairrada tinto 2018 (14%) | Caves São João - 8 euros


Omnívoros: 85

Estamos perante uma das marcas de vinho mais populares de Portugal. Origem genuinamente bairradina, congrega as castas Baga, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional, num jogo que é do coração do grande enóllogo António Carvalheira. É seguramente dos melhores na relação preço/qualidade e resolve a maioria das situações à mesa. Prato: Feijoada à transmontana.

Vinho: Alta Pontuação Touriga Nacional Douro tinto 2020 (14,5%) | Alta Pontuação - 17,50 euros

Omnívoros: 90

Estreme de Touriga Nacional e excelente demonstrador da casta, Pisa a pé em lagar, 3 meses de estágio em barricas de carvalho francês e americano. Cítrico no nariz, bagas de arbusto na boca, este vinho é um manifesto feliz da grande casta que é a Touriga Nacional quando trabalhada com talento e mãos experientes, como é o caso de Jorge Coutinho. Prato: Pato assado com laranja.

Vinho: Quinta do Poço do Lobo Reserva Bairrada tinto 2019 (13,5%) | Caves São João - 19 euros

Omnívoros: 93

Produzido a partir das castas Baga (40%), Touriga Nacional (35%) e Cabernet Sauvignon(25%). Uvas de vinhedos próprios. Bairradino de muito boas cepas, tem como centro a grande Baga, a hipernacional Touriga Nacional e a superinternacional Cabernet Sauvignon. O resultado é brilhante, senão mesmo genial, não fora o enólogo da mítica casa o igualmente mítico António Carvalheira. Vinho de perfil moderno, assente no património clássico. Este encontro harmonioso de castas é em si mesmo um caso de estudo. Taninos muito finos, muito sabor acidez belíssima. Prato: Leitão assado à Bairrada.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Vinho: Costa Boal Field Blend Douro tinto 2021 (14%) | Costa Boal -

Omnívoros: 90

Como o nome indica, uvas provenientes de uma só vinha onde coabitam as castas Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinto Cão. Cor rubi aberto, indicando preocupação de extracção no ponto certo. Aromas de raspa de toranja, folha de eucalipto e ameixa madura. Boca harmoniosa, a pronunciar chocolate e vagem de favas. Final longo e complexo. Prato: Perdiz estufada.

Vinho: Quinta dos Murças Douro Margem tinto 2021 (12,5%) | Esporão - 30 euros

Omnívoros: 88

Vinhas biológicas, castas autóctones. Vinha junto à margem do Douro. Pisa a pé em lagares de granito, fermentação espontânea. Nove meses de estágio em barricas usadas de carvalho francês de 500L. Nariz cítrico e bagas silvestres, a que se junta pedra molhada. Boca muito suave e equilibrada, persistência considerável. Final longo e especiado, gengibre e noz moscada. Prato: Pato assado com laranja.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Vinho: Monólogo Santa Teresa Arinto Verdes 2022 (12,5%) | A&D Wines - 11 euros

Omnívoros: 90

Uvas da Quinta de Santa Teresa, perto de Baião. Estreme de Arinto, com forte expressividade da casta, que sabemos ser estruturante na região dos vinhos verdes. Aromas florais, cítricos e de fruta de caroço. Na boca revela-se equilibrado, balanço muito bom entre acidez e corpo. Boca mineral, vestígios salinos e notas de marmelada branca. Final longo e equilibrado. Prato: Salmão grelhado com alcaparras.

terça-feira, 20 de junho de 2023

Vinho: Quinta do Gradil Reserva Lisboa tinto 2019 (14%) | Quinta do Gradil - 17 euros

Omnívoros: 87

Vinho composto por Tannat (40%), Touriga Nacional (30%) e Alicante Bouschet (30%). Estagiou 18 meses em barricas novas de carvalho francês e 8 meses em garrafa. Aromas cítricos e florais na primeira abordagem, na boca é guloso com notas de ameixa cozida, chocolate e toffee de caramelo. Viaja vagarosamente no palato e termina longo com alguma granularidade. Prato: Feijoada à portuguesa.

Vinho: Frei João Baga Clássico Bairrada tinto 2015 (13%) | Caves São João - 20 euros

Omnívoros: 89

Uvas provenientes de uma vinha exclusivamente de Baga. Fermentação em lagar de pisa pneumática, maceração completa, cachos inteiros. Após a transformação maloláctica, estagiou 18 meses em pipas de 500L de carvalho francês e depois 12 meses em cubas de cimento. Finalmente, estagiou três anos em garrafa. Aromas de ameixa cozida e mirtilos. Boca poderosa e ao mesmo tempo elegante, evocativa do ambiente clássico de prova. Prato: Mão de vaca estufada com grão.

Vinho: Monte Velho Alentejo tinto (13%) | Esporão - 6 euros

Omnívoros: 81
Vindima mecânica, elenco de castas idêntico ao das edições anteriores, Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet e Syrah, entre outras. Fermentação em inox. Ambiente aromático baseado em fruta de arbusto e violetas. Boca muito fresca e equilibrada, vinho genuinamente flexível à mesa. Prato: Massas italianas.

Vinho: Restrito Colheita Douro tinto 2019 (13,5%) | Restrito - 9 euros

Omnívoros: 85

Produzido com uvas da Muxagata, Douro Superior, castas Touriga Nacional, Touriga Franca e tinta Roriz. Pisa a pé em lagar, estágio de seis meses em barricas de carvalho francês de segundo ano. Consensual e convivial, apresenta-se pronto a consumir e é particularmente adequado a carnes assadas ou estufadas. Prato: Vitela assada.

Vinho: Restrito Reserva Douro tinto 2020 (15%) | Restrito - 13 euros

Omnívoros: 88

Produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, uvas do Douro Superior, Muxagata, pela mão co enólogo Carlos Magalhães. O que começou por ser um projecto de amigos é hoje um player interessante do universo nacional vínico. Fermentação em lagar com pisa a pé, estágio 12 meses em barricas de carvalho francês de segundo ano. Aromas intensos de bagos de arbusto maduros, laivos de raspa de laranja. Boca marcada por impressões de fruta de caroço cozida e alcaçuz, o álcool a fazer-se sentir e a pedir um par de anos de estágio. Prato: Arroz de pato.

Vinho: Vinha de Saturno Touriga Nacional e Syrah Alentejo tinto 2019 (14%) | Monte da Cal - 25 euros

Omnívoros: 92

É por vinhos com este recorte criativo e sábio que vale a pena permanecer. Aromas de ameixa madura, chocolate negro e azeitonas em tapenade. A boca é de grande harmonia e elegância, sem excessos e muita tensão. Falamos de frescura, claro, pela belíssima acidez orquestrada pelo grande enólogo e criador de vinhos que é Osvaldo Amado. Madeira praticamente imperceptível, final muito longo e fino. Prato: Perna de borrego assada.

domingo, 18 de junho de 2023

Vinho: Adega de Favaios Ensaio Nat R rosé (12%) | Adega de Favaios - 8 euros

Omnívoros: 86

PetNat produzido a partir de Touriga Franca e Moscatel Galego Roxo, vinhas a mais de 600 metros. Início de fermentação em cuba inox com leveduras endógenas, finalizando em garrafa. Copioso e guloso, apresenta notas puras de frutos vermelhos de arbusto. Final longo e vagaroso, muito eficaz à mesa. Prato: Spaghetti carbonara.

Vinho: Adega de Favaios Nat G Gouveio Douro branco (13%) | Adega de Favaios - 8 euros

Omnívoros: 82

Produzido a partir de uvas de Gouveio no planalto de Alijó entre 600 e 700 metros, representa a estreia deste produtor no segmento PetNat. Magistralmente conduzida por Celso Pereira, a enologia da casa prima pela vanguarda e exemplo. Inicia a fermentação com leveduras indígenas em cuba inox, seguindo-se o engarrafamento com cápsula antes do esgotamento dos açúcares, sempre com o fito da intervenção mínima. Os aromas fermentativos marcam o aroma do vinho, a boca revela-se uma excelente surpresa, acidez muito bem trabalhada. Prato: Pizza.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Vinho: Mirabilis Douro tinto 2021 (14,5%) | Quinta Nova NS Carmo - 150 euros

Omnívoros: 97

Construído sobre a maravilhosa Tinta Amarela e vinhas centenárias, esta pérola vínica do Cima Cargo apresenta-se nos aromas e sabores como um digníssimo tinto de Chambolle-Musigny. Estágio de doze meses em barricas novas de carvalho francês. Aromas de pedra molhada, trufas pretas e bagas maduras de arbusto, marca presença numa boca estruturada em notas de alcaçuz, grafite e violetas. Meio de boca forte e pronunciado, final de boca longo e complexo, terminando seco e rico com evocações florais de violetas. Prato: Perdiz albardada estufada.

Vinho: Mirabilis branco 2021 (14%) | Quinta Nova NS Carmo - 55 euros

Omnívoros: 96

Tem estatuto clássico este branco duriense, concebido à maneira de vinho do Porto, em que a cada localização se vai buscar características específicas. Vilar de Maçada, Cabeda, Tabuaço e Candedo são as freguesias de proveniência de grande parte das uvas, todas de solos de transição xisto-granito e altitudes acima de 500 metros. Castas Gouveio e Viosinho bem identificadas , a que se juntam uvas de vinhas velhas, factor distintivo e determinante. Prensagem de bagos inteiros. Final de fermentação em barricas de carvalho francês, estágio de nove meses, cinco dos quais com bâtonage quinzenal. O resultado é excelente, a transportar-nos mentalmente para lugares algures na Borgonha. Copioso na boca, apresenta contudo uma elegância grande, marcada pelo equilíbrio indestrutível dos componentes. Jorge Alves é o mestre enólogo a quem todos reconhecemos pergaminhos de grande autor de vinhos durienses. Prato: Bacalhau à lagareiro.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Vinho: Restrito Reserva Douro branco 2021 (13%) | Restrito - 14 euros

Omnívoros: 90

Uvas do Douro Superior, castas Rabigato e Viosinho, numa selecção cuidada pelo enólogo Carlos Magalhães, líder do grupo de enoaficionados que dá corpo ao projecto Restrito. Estágio de seis meses em barrocas de carvalho francês. Aromas florais intensos, complementados por citrinos cristalizados. Boca muito contida por enquanto, adivinhando--se contudo evolução muito favorável ao longo dos próximos anos. Prato: Robalo escalfado com algas.

domingo, 11 de junho de 2023

Vinho: Restrito Grande Escolha Douro tinto 2019 (14%) | Restrito - 25 euros

Omnívoros: 87

Topo de gama da marca Restrito, enologicamente governada pelo oficiante enólogo Carlos Magalhães, e dá muito prazer a beber. Tem berço no Douro Superior, que o enólogo conhece como a palma das suas mãos e aqui representa expressividade e qualidade. Produzido a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, teve pisa a pé em lagar, onde fermentou. Estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Está ainda marcado pela notas baunilhadas e toffee de caramelo da madeira, há por isso que esperar por ele, e vai dar bons frutos. Prato: Cozido à portuguesa.

Vinho: Branco Seco Especial Setúbal branco 2022 (12,5%) | JMFonseca - 4 euros

Omnívoros: 83

Produzido a partir das castas Arinto e Antão Vaz, não teve qualquer contacto com madeira e está talhado para as empreitadas de peixe grelhado e caldeiradas, além da clássica combinação marisqueira. É porventura o branco mais conhecido deste produtor e a edição deste ano é particularmente feliz. Prato: Açorda de lavagante.

Vinho: Dona Maria Amantis Touriga Nacional Alentejo rosé 2021 (12%) | Júlio Bastos - 16 euros


Omnívoros: 91

Uvas provenientes da região de Estremoz, vinhas com 19 anos situadas a 350m de altitude plantadas em solos argilo-calcários com influência de rocha-mãe mármore. 100% Touriga Nacional. Maceração pré-fermentativa e fermentação em inox, estágio em barricas de carvalho francês de 4 mil litros. Este rosé é muito sofisticado e pede guarda em cave por um par de anos. Prato: Bacalhau à Gomes de Sá.

Vinho: Quinta da Boavista Vinha do Oratório Vinhas Velhas Douro tinto 2019 (14,5%) | Sogevinus - 125 euros

Omnívoros: 95

Estamos numa das melhores vinhas do Douro, terroir muito especial. Vinha virada a Nascente, com uma altitude que varia entre os 80 e os 175 metros e é constituída por cepas muito velhas com mais de 85 castas representadas. Vinho pujante, maciço e taninoso, e no entanto a prova de boca é sedosa e elegante. Comprimento notável, final interminável. Prato: Galinhola estufada.

Vinho: Ravasqueira Heritage Alentejo branco 2019 (13%) | Monte da Ravasqueira - 28 euros

Omnívoros: 90

As melhores barricas de cada casta branca existentes na Ravasqueira compõem este lote único. Eleitas as barricas, o lote estagia um ano em barricas de carvalho francês. Vinho de celebração de bons momentos passados em família e com amigos. Prato: Pregado frtito.

Vinho: Lagoalva Tejo rosé 2022 (11,5%) | Quinta da Lagoalva - 5 euros

Omnívoros: 88

Aproxima-se a silly season e nós somos diariamente tentados para a petisquice ao ar livre. A Lagoalva perfila-se grande companheira da mesa estival com este rosé feito de Touriga Nacional e Syrah. Frescura e prazer para a experiência longa e vagarosa. Prato: Caril de frango.

Vinho: Dona Maria Alentejo rosé 2022 (12%) | Júlio Bastos - 9 euros

Omnívoros: 86

Produzido a partir de Aragonês e Touriga Nacional pela maravilhosa enóloga Sandra Gonçalves. Tem os vezeiros frutos maduros conferidos pela Tinta Roriz e apresenta um lado cítrico pronunciado pela Touriga Nacional. Na boca há tensão e foco, dá muito prazer a beber. Prato: Galinha com amêndoas (cozinha chinesa).

Vinho: Carpe Vitae Tejo tinto 2019 (15%) | Casal da Coelheira - 60 euros

Omnívoros: 92

É uma afirmação estética, a que preside ao lançamento desta exaltação da vida (carpe vitae) e é ao mesmo tempo um manifesto. O produtor e enólogo Nuno Falcão Rodrigues está no pleno da maturidade e tem experiência grande nos cenários nacionais e internacionais, por isso não é em vão que coloca um topo de gama a encimar a brilhante oferta vínica do Casal da Coelheira. O vinho á delicioso e tem um perfil fresco e tenso, acidez notável e muito sabor. Não revela o elenco das castas nem pormenores da produção para não prejudicar edições futuras nas mãos de outras equipas de enologia, com as suas opções. É um vinho de grande classe, a mostrar raça e valor, ombreando com os melhores vinhos do país. Prato: Cabrito assado.

sábado, 10 de junho de 2023

Vinho: Monólogo Santa Teresa Sauvignon Blanc Verdes branco 2022 (12%) | A&D Wines - 9,50 euros

Omnívoros: 84

Uvas da Quinta de Santa Teresa, região de Baião. Fermentação e estágio em inox, integra a oferta da casa de monovarietais, em jeito de demonstrador da qualidade das vinhas neste pedaço do "Douro Verde". Aromas de manga e vagem de ervilhas, na boca é fresco e equilibrado. Prato: Sushi.

 

Vinho: Dona Maria Viognier Alentejo branco 2022 (12,5%) | Júlio Bastos - 11 euros

Omnívoros: 87

A vindima da casta Viogner tem sempre um desafio acrescido que é fixar a sua data com precisão. Se for temporã o vinho fica com tonalidades verdes e ásperas, se for tardia mostra aromas e sabores sobremaduros inconvenientes e pouco patrimoniais. A enóloga Sandra Gonçalves tem um sexto sentido apurado e muita experiência com a casta Viognier. Esta colheita é a mais feliz de que tenho memória e é digna de figurar ao lado dos melhores Condrieu, o paraíso da Viognier. Uma delícia a um preço invejável. Prato: Galinha com amêndoas à cantonesa (cozinha chinesa).

Vinho: Dona Sylvia Grande Reserva Douro tinto 2017 (14,5%) | Quinta dos Frades - 47 euros

Omnívoros: 90

Selecção das melhores parcelas de vinhas velhas da propriedade. Pisa a pé nos lagares velhos de granito, estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Aromas de pedra molhada, toranja e ameixa cozida. Na boca mostra notas de grafite, alcaçuz e gengibre. Prato: Rosbife à inglesa.

Vinho: Costa Boal Moscatel Galego Branco Douro branco 2022 (12,5%) | Costa Boal - 18 euros

Omnívoros: 88

Abordagem inteiramente nova, a que a Costa Boal nos propõe, a primeira desde que o enólogo Paulo Nunes começou a trabalhar com António Costa Boal. Tem-se revelado uma grande dupla, entendimento especial e frutuoso. Este vinho não tem sinal de terpenos excessivos, antes é um branco complexo e capaz de empreitadas longas à mesa. Vigoroso e estruturado assente em boa frescura. Prato: Arroz de marisco.

Vinho: Zuccaro Douro tinto 2018 (14,5%) | Quinta Alta - 63,50 euros

Omnívoros: 96

Um dos poucos vinhos que me deixaram sem palavras. Uvas provenientes das vinhas proprietárias muito especiais que cobrem uma gama considerável de altitudes, entre 620 e 710 metros. Vinhas velhas, abordagem field blend, o que significa diversidade, autenticidade e mineralidade. Grande profundidade e maturidade radiculares, e isso sente-se na prova. Estagiou 30 meses em barricas novas de carvalho francês de tosta média, em que fez a transformação maloláctica. Em termos aromáticos, notas de raspa de toranja, violetas e caixa de tabaco (cedro). Na boca está tudo ainda muito fechado, decantando e arejando o vinho mostra ameixa cozida, trufa preta e alcaçuz. Sempre em equilíbrio, evolui vagarosamente para terminar longo e seco, como se espera de um grande vinho. E é disso mesmo que se trata. O Douro tem mais um grande vinho! Prato: Magret de pato com frutos silvestres.

Vinho: Qalt Douro branco 2019 (13%) | Quinta Alta - 11,50 euros

Omnívoros: 87

Fores brancas, vagem de ervilhas e nêsperas frescas marcam a selva aromática brilhante deste vinho, proveniente de solos xistosos e altos, uvas do Baixo Corgo. Acidez absolutamente invulgar no Douro, atrevo-me a olhar para as vinhas de transição xisto-granito que tanto caracterizam a proveniência das uvas. Importante mesmo é o prazer que dá a beber. Encepamento de Gouveio Real (40%), Viosinho (40%) e Malvasia Fina (20%), confirmo na ficha técnica do vinho a proveniência de solos xisto-limosos, o que explica a toada salina que se sente na boca. Eminentemente mineral, mostra-se copioso no meio e fim de boca, muito confortável e capaz à mesa. Prato: Tripas à moda do Porto.

Vinho: Qalt Unique Unoaked Douro tinto 2020 (16%) | Quinta Alta - 13 euros

Omnívoros: 91

Vinho vigoroso e com uma frescura inesperada, dado o elevado teor alcoólico que apresenta. São vinhos como este que me fazem acreditar que ainda é muito pouco o que sabemos e ao mesmo tempo que o grande segredo está no equilíbrio conseguido entre polifenóis (taninos) e acidez. E que é no equilíbrio que está a longevidade de um vinho. Ora este não passou sequer pela madeira! Por tudo isto, o registo que fica é de um vinho único, vou tê-lo sempre como porta-estandarte de uma casa que tem ainda muito para nos dar. Fernanda Zuccaro mudou radicalmente de vida, trocou a vida frenética que tinha no Brasil pela pacatez das suas vinhas em Ervedosa do Douro. Encontrou no sábio Francisco Montenegro entendimento superlativo na enologia e no magnético Nuno Mouronho força vital para todo o projecto. O encepamento é Touriga Franca (50%), Touriga Nacional (30%) e Tinta Roriz (20%). Pisa a pé em lagar, estágio em inox por seis meses, seguido de 24 meses em garrafa. Está no zénite e tem muito ainda para dar. Nariz de forte mineralidade complementado por notas terrosas de cogumelos frescos. A boca revela uma sequência fascinante de fruta cozida, bagas de arbusto e alcaçuz. Prato: Vitela assada.

domingo, 4 de junho de 2023

24 Cozinha cantonesa: Filetes de vaca com manga e molho XO 17/Set/2008 | Jornal Público

Filetes de Vaca com Manga e Molho XO

Chardonnay do Douro para um prato de carne de muitas delícias


Nasceu em Hong Kong o molho que dá pelo nome de XO e que hoje é utilizado nos restaurantes de cozinhas asiáticas de todo o mundo. Apesar de ter sido criado há apenas algumas décadas, já é considerado um clássico da cozinha chinesa. E, como acontece com todos os pratos clássicos, não se conhece com rigor as circunstâncias que conduziram à sua criação. Mas sabe-se que foi num dos mais requintados restaurantes de Hong Kong que, a certa altura, decidiram baptizar o seu molho feito à base de gambas e vieiras desidratadas, alho, malagueta, pimenta, presunto e óleo de amendoim, entre outros. O nome tinha de ser inconfundível, para lhe dar a projecção mundial pretendida e ao mesmo tempo tinha de estar associado a luxo e requinte, em termos de marca. A escolha recaiu na designação XO, copiada da categoria superior de Cognac, muito apreciado pela comunidade epicurista e abastada de Hong Kong. Ao contrário do que muitos afirmam, o molho XO não leva cognac nem bebida espirituosa alguma; trata-se apenas de herdar o nome.

O êxito foi retumbante, pelo mundo fora. O molho XO é flexível enquanto condimento e, apesar da sua composição marinheira – ou talvez por isso mesmo -, transforma-se num ingrediente precioso para saltear carnes, mariscos, tofu e legumes. Pode-se fazer em casa e conservar em frascos por muito tempo, mas o mais prático é comprar já feito. Entre nós, encontra-se nalguns supermercados e nas boas lojas de produtos gourmet.

O efeito que o molho XO tem no prato que o Estoril Mandarim cozinhou para nós é, não só intensificador de sabor, mas também de alargamento do leque de sensações e aromas. Trata-se de um prato “quente”, condimentado mas que, curiosamente, não inibe o contacto com a proteína principal, que é a carne de vaca. É servido juntamente com manga fatiada, o que lhe confere frescura e pausa, equilibrando eventual excesso de picante, que entretanto não notámos.

Tamanha variedade e intensidade de sabores permite uma panóplia grande de vinhos para a harmonização vinho/comida. Escolhemos uma casta clássica à escala mundial – tal como o molho XO -, trabalhada no entanto como produto bem português. Falamos do Quinta de Cidrô Chardonnay Reserva 2007 (6,95 Euros), proveniente de uma das mais belas e ricas quintas do Douro para a produção de vinhos de mesa. A sua tropicalidade é grande, com notas aromáticas que evocam a manga e o maracujá, compensada por uma acidez elevada e estágio de madeira no bom ponto. Se o vinho em si mesmo é equilibrado, melhor cumpre a sua função junto dos “Filetes de Vaca”, agarrando na sua componente adocicada e entrando pelos muito detalhes degustativos do prato. Podíamos ter optado por um vinho tinto, face à natureza “carne” do que nos é posto na mesa, mas passar-nos-iam despercebidas muitas das virtudes culinárias da excelente proposta do restaurante chinês do Casino Estoril.


Ingredientes

(4 pessoas)


600g de lombo de vaca limpo

1 Pimento vermelho

1 Pimento verde

1 Cebola grande

1 dente de alho

1 manga

1 colher de sopa de açúcar

3 colheres de sopa de óleo vegetal

2 colheres de sopa de amido de milho

3 colheres de sopa de molho XO



Preparação


Corta-se o lombo em bifes muito finos, depois em tiras ficando com uma secção aproximadamente quadrada. Envolvem-se com um pouco de amido de milho e reservam-se. Escaldam-se e pelam-se os pimentos, cortando-se depois em tiras finas, semelhantes às de carne, reservando-se também. Pica-se a cebola e o alho muito fininho que se levam a fritar em óleo, juntamente com os pimentos. Ainda com o lume vivo, junta-se o açúcar e o molho XO, mexendo sempre. Acrescenta-se a carne e baixa-se o lume, ligando tudo. Serve-se bem quente, com a manga fatiada ao lado.

25 Cozinha cantonesa: Chau-Min com porco desfiado 23/Set/2008 | Jornal Público

Chau-min com porco desfiado


Tinto duriense para prato com muita história


A cozinha chinesa é multimilenar e, como tal, incorpora grande carga histórica e diversidade culinária. Mesmo quando ocidentalizada, afeiçoando-se aos produtos e gosto dos países em que se tem instalado, ninguém lhe nega pergaminhos de originalidade e, sobretudo, equilíbrio. Utilização inteligente dos legumes, molhos naturais e com pouca gordura e uma selecção aturada de proteínas animais, são alguns dos atributos frequentemente apontados a essa cozinha oriental.

Uma viagem è China pode, pois, tanto ser a confirmação do arquivo sensorial que se leva, como a aquisição de um acervo complexo e denso de novos sabores, aromas e texturas. É que a comida e a sua preparação nos povos chineses atinge todas as camadas sociais, feita verdadeira celebração cultural. Há que frequentar os locais para se dar conta do que aí se passa. A sua riqueza e diversidade depende, naturalmente, do poder de compra de cada família, mas a veracidade e a franqueza do que se põe na mesa são assunto de culto. Se muitas vezes se utiliza a expressão “cozinhar é uma arte”, ao pé do que acontece diariamente nos lares chineses, deveria ser repensada. As cozinhas ditas de fusão que grassam um pouco por todo o mundo ocidental, resultam da muito forte inspiração que os chefes foram encontrar na China e outros territórios do Extremo Oriente. Alguns chefes europeus têm sabido integrar de forma sublime os conhecimentos adquiridos nessas terras distantes. O que só acontece quando se cumprem os desígnios de uma boa refeição chinesa, de criar felicidade e bem-estar físico e mental.

O tempo, a míngua e a abundância moldaram, ao longo de milénios, a cozinha chinesa. Olhando para a sua quase mítica história, encontra-se várias “épocas de ouro”, aquelas em que se conseguiu a feliz conjugação de paz, bonança e bons líderes. Nesses períodos, tudo se desenvolveu muito, das artes à cozinha. Já nos momentos de depressão, os chineses aprenderam sobretudo a nada desperdiçar. Desde cascas de fruta a barbatanas de tubarão, tudo aprenderam a tornar iguarias singulares e apaladadas. Ao mesmo tempo, aprenderam a poupar energia, lenha e combustível, recorrendo a longas preparações mas muito rápidas cozeduras, desenvolvendo a técnica de saltear como nenhum outro país. O intenso e rápido calor de uma “wok” é disso exemplo.

A cozinha cantonesa, praticada no sul da China, é a mais internacional de todas, salvo excepções de grande aceitação pelo palato ocidental, como é o caso do Pato à Pequim. A que o Estoril Mandarim pratica é eminentemente cantonesa, e o chau-min de porco que hoje apresentamos simboliza muito do que atrás foi dito. A massa é cozida previamente sendo depois salteada e integrada com a carne de porco, numa operação que demora apenas alguns minutos. É este, de resto o espírito da preparação “chau-min”, que significa massa frita com legumes e carne ou marisco. O molho de ostra e a tónica quente de toda a preparação fizeram-nos escolher um vinho tinto duriense com alguma idade. Foi com o Casa das Mouras Reserva 2003 (12,75 Euros) – servido a 17ºC - que encontrámos boa ligação com o prato. A massa requer alguma acidez e a proteína – porco – merece um vinho estruturado.



Ingredientes

(4 pessoas)


500g de massa de arroz

750g de lombo de porco bem limpo

150g de rebentos de soja

1 dente de alho

Óleo vegetal para fritar

1 colher de óleo de sésamo para temperar

1 colher de sopa de Molho de ostra

1 colher de sobremesa de açúcar refinado

2 colheres de vinho de arroz (chinês)

Sal e pimenta, q.b.



Preparação


Coze-se a massa até ficar “al dente”, retirando-se para uma vasilha com água gelada. Escorre-se e reserva-se. Corta-se a carne de porco em tiras fininhas que se levam a marinar durante 1 hora no vinho de arroz. Passam-se pela farinha de milho e salteiam-se ligeiramente em duas colheres de sopa de óleo na frigideira bem quente, juntando-se o açúcar na parte final, com o cuidado de mexer sempre bem. Depois da massa estar bem fria, leva-se à frigideira a fritar, mexendo sempre, ao longo de 2 minutos. Baixa-se o lume e integram-se com cuidado os rebentos de soja e as tiras de porco salteadas. Com o lume já apagado, liga-se tudo com o óleo de sésamo. Serve-se bem quente em prato aquecido.

23 Cozinha cantonesa: Galinha estufada com cebolinho e gengibre em pote quente 10/Set/2008 | Jornal Público

Galinha estufada com cebolinho e gengibre em pote quente


Tinto do Dão para prato oriental aromático


Foi o I Ching, a obra primordial do sábio chinês Confúcio, que referiu pela primeira vez o Yin e o Yang, uma espécie de dipolo ancestral que harmoniza forças antagónicas. São sempre representados em conjunto e, traduzidos à letra, representam os lados sombrio e luminoso de uma montanha. Na vertente filosófica, são muitas vezes assumidos como dipolo frio (Yin) e quente (Yang); feminino (Yin) e masculino (Yang); entre outros. A sua universalidade é atestada pela presença do símbolo circular branco e preto, como se de dois peixes simétricos e complementares se tratasse, nas situações mais diversas.

Diz a sabedoria oriental que também em relação à comida se deve aplicar os princípios Yin e Yang. De resto, para os seguidores de Confúcio acidentes, doenças, divórcios e outros males advêm da quebra da harmonia entre os dois pólos. Antes de recorrer a medicamentos, a medicina tradicional chinesa, preconiza alterações de alimentação, de forma a equilibrar o mal. Curiosamente, alguns princípios do nutricionismo ocidental, apesar de o não explicitarem, advêm da necessidade de restaurar o equilíbrio fisiológico de cada um e convergem para o Yin/Yang. A lista está longe de ser consensual, mas consideram-me produtos Yin, por exemplo, rebentos de leguminosas, couves, cenouras, pepino, pato, tofu e água; no lado Yang, encontramos bambu, vaca, galinha, ovos, gengibre, cogumelos, óleo de sésamo e vinho. A repartição vai mais longe, abrangendo as técnicas culinárias. No lado Yin, encontramos os alimentos cozidos, escalfados e feitos ao vapor; no Yang, estão os salteados, fritos e assados.

A sensação de equilíbrio e ligeireza que nos fica no final de uma boa refeição de comida chinesa resulta da preocupação na concepção dos pratos e sua sequência à mesa. Quando passada para um plano consciente, é um auxiliar precioso para o próprio comensal que, averiguando a sua disposição e estado, escolhe os alimentos e técnicas que o vão ajudar a recuperar a sua harmonia interior. O prato que tratamos hoje é bem Yang. Nos dizeres da sabedoria oriental, acrescenta energia quente ao nosso corpo, nutrindo o sangue e tonificando todo o corpo. É recomendado, por exemplo, para as mulheres em período pós-parto. Tal como preparado no Estoril Mandarim é intenso no sabor, sentindo-se praticamente todos os ingredientes à medida que se vai experimentando. É um prato adequado aos dias frios ou de intempérie, podendo por isso reforçar-se a tónica Yang, conjugando-o com vinho tinto, neste caso o Quinta da Vegia Reserva tinto 2005 (12,75 Euros). No cenário actual dos vinhos portugueses, este põe considerar-se mais Yin do que Yang, já que se apresenta muito elegante e equilibrado, com forte componente aromática, conferida pelas notas florais e de folhas de chá da Touriga Nacional que é parte do lote deste bom vinho. Desde que servido à temperatura certa (17ºC), desempenha bem o seu papel, regenerando o palato e encontrando casamento com todas as nuances do prato.



Ingredientes

(4 pessoas)


500g de pedaços de galinha com pele

100g de gengibre fresco

200ml de caldo de verduras, carne e soja

300g de cebolinho verde inteiro

1 colher de sopa de amido de milho

1 colher de sopa de molho de ostra

Óleo de sésamo



Preparação


Corta-se os pedaços de galinha em bocados com cerca de 2,5 cm, passando-se por amido de milho, que se salteiam no óleo de sésamo bem quente, juntamente com o gengibre. Previamente, faz-se um caldo rico de carnes e verduras, deixando-se reduzir lentamente e temperando com molho de soja, a gosto. Coloca-se o caldo num tachinho de barro com tampa, juntando-se os peitos de galinha com o gengibre. Deixa-se levantar fervura e baixa-se o lume, mexendo depois de vez em quando. Deixa-se apurar e no final, com o caldo já bastante reduzido, junta-se o molho de ostra, deixando ligar bem. Apaga-se o lume e colocam-se os cebolinhos cortados em pedaços, tapando. Serve-se cinco minutos depois, ainda bem quente. 


22 Cozinha cantonesa: Legumes com castanhas de água e raizes de lotus 3/Set/2008 | Jornal Público

Legumes diversos com castanhas de água e raízes de lótus



Encruzado do Dão para prato vegetariano


O trabalho com os legumes a que nos têm habituado os povos orientais pode ser surpreendente para muitos. O prato da cozinha chinesa do Estoril Mandarim sobre o qual hoje nos detemos ilustra bem o potencial do mundo vegetal na mesa, chegando a dispensar a proteína animal. É considerado um prato ligeiro, apesar da sua digestão ser longa e lenta, pela quantidade e qualidade das fibras existentes nas castanhas de água e nas raízes de lótus, também de resto ricas em vitaminas. As castanhas de água são pequeninos tubérculos que grassam nos extensos pântanos e arrozais chineses, com uma ramada tubular que faz lembrar, em ponto pequeno, a cebola. Lá em baixo, absorvendo ao longo de vários meses os nutrientes aquosos, os bolbos de pele castanha escura vão urdindo a sua estrutura celular de uma forma tão cerrada que nem a cozedura prolongada a consegue quebrar. São sempre fibrosas e texturadas, com um sabor ligeiramente adocicado, a que a maioria dos ocidentais se refere como praticamente inexistente. Se pensarmos em rebentos de soja ou de bambu, quando crus, temos já uma noção correcta do seu comportamento em boca, que só a severidade extrema pode qualificar como sensaborona.

O mesmo acontece com as raízes de lótus. Também elas são plantadas debaixo de água, cravadas em solo mole, dando origem a um caule que sobe direitinho até encontrar a superfície da água, onde finalmente estende as suas folhas e revela uma das mais belas e reverenciadas flores em todo o mundo. Paul Claudel imortalizou o nenúfar, flor incorrupta que o diplomata escritor considerou alimentar-se do mais corrupto dos lodos para os transformar em beleza, pureza e graciosidade, comparando o processo ao cálice eucarístico ancestral. Nos imaginários hindu e budista, a flor de lótus é a expressão suprema da santidade e da pureza da alma, sendo muitas vezes representada sobre a cabeça dos santos, símbolo de iluminação e esclarecimento divino. Enquanto planta, a flor de lótus apresenta a característica notável de manter a mesma temperatura nas suas pétalas, graças a um labor inteligente das suas raízes. É pois de esperar que estas sejam ricas em nutrientes e vitaminas. Tanto as castanhas de água como as raízes de lótus podem comprar-se em lata, prontas a consumir como se do produto original se tratasse.

Os sabores do nosso prato vegetariano de hoje são eminentemente minerais e terrosos, o que inspirou a eleição do Quinta dos Roques Encruzado 2007 (10,75 Euros) para o acompanhar. Servido a 13ºC, este vinho do Dão cumpre a função regeneradora de forma competente, refrescando a boca e acrescentando notas citrinas e florais ao conjunto. O jogo de texturas do prato, com os legumes “moles” e “duros” a proporcionar um ambiente de descoberta curioso, em jeito de alternância, é oferecido numa envolvente integradora, sem que o álcool se pronuncie demasiado, nem que as virtudes do prato, que são muitas, se diluam na generosa esfera aromática do vinho.




Ingredientes

(2 pessoas)


200g Castanhas d’água

150g Raízes de lótus

150g Brócolos

150g Couve chinesa

100g Cenoura

100g Algas

1 dente de alho bem moído

2 colheres de sopa de óleo de sésamo

1 ramo de coentros



Preparação


Lamina-se da forma mais semelhante possível os legumes, à excepção das algas, brócolos e couve, que se deixam em pedaços maiores. Escalda-se tudo, levando-se depois a passar pelo óleo de sésamo e o alho moído, primeiro os mais duros, depois os mais moles. Integra-se tudo e no final junta-se os coentros picados. Serve-se quente, com um pequeno recipiente com molho de soja para cada pessoa.