quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Série Ímpar Sercialinho Bairrada branco 2017 (12,5%) | Sogrape

Classificação: 96
PVP: 70 euros
Uma casta estruturante e clássica da Bairrada, aqui trabalhada como filigrana. O rótulo está assinado por António Braga, enólogo que associamos mais ao Douro do que à região bairradina. Este é o primeiro vinho resultado do repto à equipa de enólogos da Sogrape lançado pelo CEO Fernando Guedes. O “jogo” é de que haja propostas individualizadas para vinhos originais que chegando à ribalta sejam considerados vinhos únicos, e por sua vez integrados na grande frente de inovação que será a Série Ímpar. Rico em tonalidades terra - cogumelos e trufas - e minerais - salinas, sobretudo - uvas provenientes da Quinta de Pedralvites, reduto de grande gabarito da Sogrape no tocante a castas beirãs. Estrutura bem urdida, comprimento interminável, é uma grande malha da Sogrape, e um grande demonstrador de António Braga enquanto enólogo.

Velhos Bardos Reserva Douro tinto 2017 (14,5%) | Vasques de Carvalho

Classificação: 91
PVP: 45 euros
Touriga Nacional Tinta Roriz, Touriga Franca e Sousão. Estagiou 12 meses em barricas novas, sob a habitual batuta de Jaime Costa. Excelente equilíbrio e frescura, A Touriga Franca a mostrar-se de forma excelsa, o vinho está uno, taninos muito finos, a renunciar ao modelo monolítico duriense de outrora. Estamos perante um Douro moderno, pronto para a mesa e que não diz não a um par de anos em cave. Do melhor que o grande vale vinhateiro viu nascer nos últimos anos. Vontade de comprar uma caixa e provar uma por ano para aquilatar o tesouro. Surpresa garantida.

Quinta do Quetzal Reserva Alentejo branco 2011 (13,5%) | Quetzal

Classificação: 90
PVP: 24 euros
Quando falamos de Antão Vaz, temos e devemos pensar Vidigueira, pois é nas suas terras e latitude que a casta melhor mostra o seu real valor. Este vinho em particular ficou guardado em cave pelo produtor para mostrar uma outra faceta da casta, que é a capacidade de envelhecimento. Em boa hora tomaram essa decisão, o resultado está aqui, num vinho de grande complexidade, capaz de fazer frente à mesa mais variada, notas minerais de grafite e salinas. Comprimento de prova grande, está longe de estar esgotado o potencial de envelhecimento. Mais uma prova de que geralmente bebemos os brancos cedo demais. Vinho requer sempre paciência e há que renunciar ao dogma e ao preconceito.

Herdade do Rocim Sommelier Edition Arnaud Vallet 2015 (14%) | Rocim

Classificação: 92
PVP: 23 euros

Alicante Bouschet, Syrah e Tannat. Estágio de 24 meses. Domina o vinho o Alicante Bouschet, apesar de contribuir mais para a frescura do conjunto do que para a copiosidade que habitualmente mostra. Muito elegante, este vinho, que consegue pôr a par os amargos da Tannat e a untuosidade evocativa da azeitona preta do Syrah desta propriedade. Excelente aptidão gastronómica, não fora Arnaud Vallet, sommelier do Vila Joya, um dos melhores escanções do país. Num par de anos este vinho vai estar no zénite.

Assobio Douro tinto 2018 (13,5%) | Murças

Classificação: 84
PVP: 5,5 euros
Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Fruta cozida - ameixa - ameixa, e há um corte cítrico que é bem vindo no conjunto, sinal de que a Touriga Nacional está a desempenhar o seu papel e também de de que o lote foi bem construído. Frescura, ligeireza e óptimo desempenho à mesa, são os pontos fortes deste vinho vencedor, resultado do labor do sempre inspirado José Luís Moreira da Silva. E... já viu o preço?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Monsaraz Gold Edition Alentejo tinto 2017 (15%) | Carmim

Classificação: 90
PVP: 18 euros
Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah. Seis meses em barricas novas de carvalho francês. Tiago Garcia é um enólogo a um tempo desinstalado e tranquilo. Desinstalado porque tem espírito de descobridor e gosta de tactear no escuro. Tranquilo porque é dotado de um invulgar arsenal técnico que lhe permite tomar decisões com segurança. Este tinto super-especiado e fresco deve marcar o início do seu trabalho na Adega de Reguengos de Monsaraz, onde ingressou depois de uma vida inteira na Herdade das Servas, em Estremoz. A vida dá muitas voltas e está aqui um vinho que dificilmente associamos à carga e força de uma adega cooperativa. Notas de chocolate e tapenade de azeitona preta, com um final longo e complexo, a ombrear com o melhor que o Alentejo está a produzir. Evoca-me a mesma emoção de um outro vinho da sua lavra, o Primitivo, que foi a “pedrada no charco” de que esta adega notável precisava. Bravo, Tiago Garcia!

Quinta do Côtto Douro tinto 2016 (13,5%) | Montez Champalimaud

Classificação: 86
PVP: 7,5 euros
Touriga Nacional, Touriga Franca, Sousão, Tinto Cão e Tinta Roriz. Frescura e equilíbrio em todos os momentos da prova, houve cuidado com os detalhes. Grande flexibilidade gastronómica, graças ao perfil com que foi feito. Excelente relação qualidade-preço.

Preguiça 20 Anos Porto Tawny (20%) | António Fraga

Classificação: 89
PVP: 45 euros
Engarrafado em 2019. Só se produz em anos especiais. Muito suave na entrada, com sugestões de nozes secas e ao mesmo tempo guloso, notas de bombom de cassis. Cedo mostra a sua raça, com um meio de boca poderoso e um final com um notável grupo de amargos, persistência grande. É com um vinho do Porto assim que devemos fumar um bom charuto, ou abordar trouxas de ovos.