segunda-feira, 15 de março de 2021

Vinho: Quilate Reserva Douro branco 2019 (14,5%) | Enoinov

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 12 euros

Gouveio e Viosinho, Vinha a 550 metros.Estagiou em barricas de carvalho francês. Amarelo dourado ligeiro. Aromas de lima, flores silvestres e mel. Boca copiosa e fresca, nêspera madura, chocolate branco e tomilho fresco. Final longo e copioso.. Prato: sushi.

Vinho: Peculiar Mangancha Alentejo tinto 2017 (16%) | ACV Vinhos de Talha

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 12 euros

Produzido em talhas tradicionais de barro, adega em Vila de Frades. Vermelho escuro aberto, reflexos rubi. Aromas de ginja, terra húmida e folha de eucalipto. Na boca mostra frescura e equilíbrio, crescendo na continuação sabor de geleia de marmelo, trufa preta e alcaçuz. Final longo e equilibrado. Prato: Ensopado de borrego.

Vinho: Quinta da Massorra Tinta Roriz Minho tinto 2019 (13,5%) | Quinta da Massorra

Classificação Omnívoros: 83
PVP: 8,50 euros

100% Tinta Roriz. Vermelho profundo e opaco. Aromas de cerejas e amoras maduras, num fundo mineral, a conferir frescura ao conjunto. Copioso na boca, acrescenta ao património frutado notas terrosas de cogumelos frescos. Final médio e estável. Prato: Polvo assado à lagareiro.

Vinho: Troviscal Grande Reserva Syrah & Touriga Nacional Lisboa tinto 2017 (14,5%) | Cerrado da Porta

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 19 euros

Syrah e Touriga Nacional. Estagiou 20 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês. Granada profundo, orla carmim, reflexos rubi. Aromas cítricos e balsâmicos, sugestões de esteva. Boca carnuda e equilibrada, a percorrer devagar o palato e a terminar longo com sugestão de especiarias. Prato: Feijoada à brasileira

Vinho: Bone Bairrada tinto 2017 (13,5%) | Messias/Martin Boutique Wines

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 11 euros

Baga (40%), Touriga Nacional (30%), Syrah (20%) e Cabernet Sauvignon (10%). Carmim aberto, reflexos rubi. Aromas florais intensos, raspa de laranja e rama de tomate verde. Boca salina, notas de ameixa cozida, adstringência pronunciada. Ambiente de prova agradável, merece que se guarde em cave  seis meses a um ano. Prato: Galo de cabidela.

Vinho: Vinha do Jeremias Syrah Alentejo tinto 2017 (14,5%) | J. Portugal Ramos

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 27 euros

Single Vineyard, solo xistoso. 100% Syrah. Pisa a pé em lagar de mármore, 12 meses de estágio em barricas de carvalho francês. Vermelho opaco, quase tinta-da-china. Aromas florais de violetas, raspa de laranja e fruta de arbusto madura. A boca revela ameixa cozida, orlada por notas de chocolate, alcaçuz e tapenade de azeitona preta. Final muito longo e fino. Prato: Lombo de porco assado com pimentão.

Vinho: Quinta da Viçosa Aragonez & Syrah Alentejo tinto 2017 (14,5%) | J. Portugal Ramos

Classificação Omnívoros: 90
PVP: 27 euros

Single Vineyard. Aragonez e Syrah. Vermelho escuro, reflexos violeta. Aromas de ginja, mirtilos e azeitonas maduras. Boca muito fina na entrada, a madeira a fazer-se sentir. Na continuação de prova, revela-se muito equilibrado, balsâmico e sobretudo saboroso. Notas suaves de tapenade de azeitona preta e cacau, conjunto de grande frescura. Prato: Pato assado no forno.

Vinho: Milmat Reserva Alentejo tinto 2018 (14,5%) | Mainova Soc. Agr.

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 25 euros

Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Baga. Vinho vegano. Solos de xisto e granito. Estagiou 24 meses em barricas de carvalho francês. Vermelho carregado e opaco. Aromas de fruta de arbusto cozida e raspa de laranja. Na boca é vigoroso mantendo no entanto sempre bom equilíbrio. Notas terrosas de cogumelos frescos e tomate seco. Final longo e fino, com sugestões de noz-moscada e baunilha. Prato: Lebre com feijão.

Vinho: Mainova Alentejo tinto 2019 (14,5%) | Mainova Soc.Agr.

Classificação Omnívoros: 85
PVP: 10 euros

Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Baga. Vinho vegano. Solos de xisto e granito. Estagiou 8 meses em barricas velhas de carvalho francês. Granada carregado. Aromas cítricos, florais e tomate maduro. Boca copiosa e fresca, a mostrar fruta escura confitada e trufa preta. Final longo e muito fino. Prato: Ervilhas com chouriço.

Vinho: Chão dos Eremitas Os Paulistas Vinhas Velhas Alentejo tinto 2018 (13,5%) | Fitapreta Vinhos

Classificação Omnívoros: 93
PVP: 60 euros

Tinta Carvalha, Castelão, Alfrocheiro Preto e Trincadeira. Solos graníticos. Fermentação espontânea. Vermelho ligeiro. Aromas de ameixa cozida, pedra molhada e couro fresco. Boca de bagas de arbusto, cogumelos grelhados e grafite. Estabilidade e foco até ao final, que é longo e fino. Vinho gigante, tudo em muito sem ser monolítico. Prato: Sela de borrego assada.

domingo, 14 de março de 2021

Vinho: Ensaios Extremos Tinto Cão Douro tinto 2018 (14,5%) | Colinas do Douro

Classificação Omnívoros: 82
PVP: 18,50 euros

A vinha de cota mais baixa da quinta (500 metros). Película grossa, bago muito pequeno. Para se mostrar precisa de boa maturação na vinha. 20 meses de barrica nova. Aromas de romã, ameixa preta e alcaçuz. Excelente frescura, na boca notas a um tempo especiadas e frutadas. Final longo. Prato: Vitela assada no forno.

Vinho: Ensaios Extremos Tinta Francisca Douro tinto 2019 (13,5%) | Colinas do Douro

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 18,50 euros

Vinha de encosta a 600 metros, declive acentuado. Plantada em tempos para o vinho do Porto. 20 meses de barrica. Cor vermelho aberto, como é de esperar da casta. Aromas de cereja preta madura, cogumelos frescos e bombom Mon Chéri. Prova equilibrada a evocar a evolução de vinhos do Porto. Prato: Pregado frito com alcaparras.

Vinho: Ensaios Extremos Rabigato Douro branco 2019 (12,5%) | Colinas do Douro

Classificação Omnívoros: 92
PVP: 18,50 euros

Vinhas de cota entre 500 e 600 metros. Quadrante Norte-Poente, mais próxima da Beira do que do Douro. Estágio em barrica de carvalho francês de dois anos, ao longo de 11 meses. Amarelo dourado ligeiramente nacarado. Aromas de toranja, nêspera madura e flores silvestres. Boca salina e frutada, notas de madeira suaves, evidência de noz-moscada. Grupo de amargos presente e interessante, a acrescentar complexidade ao conjunto. Final seco mas rico. Prato: Ensopado de cabrito.

Vinho: Quilate Gouveio Douro branco 2018 (12,5%) | Quinta do Muro

Classificação Omnívoros: 82
PVP: 11 euros

Pequena parcela estreme de Gouveio. Amarelo esverdeado aberto.  Aromas de flor de laranjeira, talos verdes de aipo e raspa de laranja. Boca acídula de vagem verde ervilha, toranja e mel. Final médio, seco e equilibrado. Prato: Lulas estufadas com tomate.

Vinho: Quilate Douro branco 2018 (12,5%) | Quinta do Muro

Classificação Omnívoros: 77
PVP: 8 euros

Produzido a partir das castas brancas tradicionais do Douro. Vinho fermentado e estagiado em inox, não teve contacto com madeira. Amarelo palha citrino. Aromas cítricos e florais, com laivos de figos secos. A boca mostra acidez bem trabalhada e pronunciada, criando uma plataforma estável em que abre nuances de chocolate branco e fruta cristalizada. Final não muito longo mas copioso. Prato: Galinha frita com gengibre.


Vinho: Kressmann Grande Réserve (37,5cl) Sauternes branco 2018 | Kressmann Bordéus

Classificação Omnívoros: 91
PVP: 11 euros (iVin)

Amarelo dourado. Aromas de nêspera madura, mel de acácia e malmequeres. Boca de figos frescos e botrytis no bom ponto a dar uma prova prazerosa e completa, sobretudo se não refrigerar demasiado o vinho. 15ºC estará perfeito. Foie gras mi-cuit.

Vinho: Severa Reserva Lisboa tinto 2017 (14%) | Multiwines

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 6,90 euros

Touriga Nacional e Tinta Roriz. Vermelho profundo, reflexos carmim. Aromas furtados intensos, amoras e groselhas maduras. Boca de fruta de arbusto confitada, gengibre e noz-moscada. Comprimento apreciável. Prato: Bife com molho de natas e café.

Vinho: Vinhas de Rebordelo Trás-os-Montes tinto 2019 (14,5%) | Ad. Coop. Rabaçal/iVin

Classificação Omnívoros: 80
PVP: 5,90 euros

Carmim aberto, reflexos rosados. Aromas cítricos e de fruta de arbusto madura. Boca elegante, a dar prova equilibrada e de comprimento médio, terminando seco mas rico. Prato: Costela mendinha assada.

Vinho: Aldeia de Irmãos Reserva Setúbal tinto 2017 (15%) | Sivipa/iVin

Classificação Omnívoros: 84
PVP: 6,90 euros

Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet e Castelão. Solo arenoso. Estágio de 6 meses em barricas de carvalho francês. Vermelho aberto, reflexos rubi. Aromas de ameixa madura cozida, esteva e raspa de toranja. Na boca mostra-se fresco e revela-se especado, sugestões de pimenta preta e noz-moscada. Sempre no património furtado, tem um final médio e copioso. Prato: Arroz de Pato.

Vinho: Aldeia de Irmãos Unoaked Setúbal tinto 2019 (14%) | Sivipa/iVin

Classificação Omnívoros: 77
PVP: 3,90 euros

Castelão, Trincadeira, Aragonês, Alfrocheiro e Cabernet Sauvignon. Solo arenoso. Granada profundo, quase opaco. Património aromático típico e franco do Castelão, a mostrar notas resinosas e balsâmicas de caruma verde de pinheiro, juntamente com impressões de vagens verdes. Boca vigorosa na entrada, continuação de prova ligeiramente frágil. Prato: Massa aglio e olio.

Vinho: Kressman Monopole Bordeaux tinto 2018 (14,5%) | Kressmann - Bordéus (França)

Classificação: 81
PVP: 9,50 euros (iVin)

Blend típico de Bordéus. Granada ligeiro, reflexos rosados abertos. Nariz de fruta de arbusto madura, completado por impressões florais e pirasina. Boca copiosa e agradável, a oferecer prova simples. Final curto mas rico, a pedir complemento sólido. Excelente para churrasco. Prato: Pizza peperoni.


Vinho: Chateau Le Boscq Saint-Estèphe Cru Bourgeois tinto 2016 (13,5%) | Dourthe - Bordéus (França)

Classificação Omnívoros: 84
PVP: 42 euros (iVin)

Cabernet Sauvignon (48%), Merlot (47%) e Petit Verdot (5%). Granada profundo. Aromas de relva cortada, talos de aipo e pimento verde.  Boca a apresentar frescura, acidez pronunciada, notas de chocolate, estrutura muito ligada, a dar um meio de boca copioso, para finalizar em elegância e comprimento. Prato: Galo assado no forno.


Vinho: Chateau D’Arsac Margaux Cru Bourgeois tinto 2016 (13,5%) | Philippe Raoux - Bordéus (França)

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 33 euros (iVin)

Cabernet Sauvignon (75%) e Merlot Noir (25%). Vermelho muito carregado, rebordo ligeiro e reflexos rubi cristalino. Aroma dominado pela pirasina de pimento verde, notas também de gomas de alcaçuz e caruma de pinheiro. Viagem vagarosa no palato para terminar rico frutado. Prato: Magret de pato com molho de frutos vermelhos.

Vinho: Chateau La Garde Pessac-Léognan Grand Vin de Graves tinto 2016 (14%) | Dourthe Bordéus (França) - 35 euros (iVin)

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 35 euros (iVin)

Cabernet Sauvignon (52%), Merlot (45%) e Petit Verdot (3%). Granada carregado, reflexos muito ténues, a denunciar concentração apreciável. Aromas de vagem verde de ervilhas, violetas e pedra molhada. Entrada na boca fresca e equilibrada, a desenvolver fruta de caroço cozida e folha de tabaco, para um final longo ligeiramente salino e muito fino. Prato: Coq au vin.

Vinho: Jean-Marc Brocard Petit Chablis branco 2019 (13%) | J-M Brocard (França) - 19 euros (iVin)


Classificação Omnívoros: 83
PVP: 19 euros (iVin)

100% Chardonnay, com maloláctica feita. Estágio 6 meses sobre borras totais, em inox. Petit Chablis é tudo menos pequeno e corresponde aos declives mais pronunciados da região, podendo chegar aos 300 metros de altitude. Solos eminentemente calcários, afloramentos arenosos, cada vinho é diferente dos outros. Muito estável na boca, bom foco na fruta, é como se fosse um bouquet de flores num fundo mineral. Há muito detalhe na boca, a sugerir fruta cristalizada, marmelada e tâmaras, num conjunto agradável. Fim de boca ligeiramente curto, mas a configuração é excelente para a mesa. Prato: Ceviche de corvina. 

Vinho: Jean-Marc Brocard Sainte Claire Chablis branco 2019 (13,5%) | J-M Brocard (França)


Classificação Omnívoros: 91
PVP: 24 euros (iVin)

BIO e Vegan. 100% Chardonnay. Sem qualquer contacto com madeira, como de resto acontece em muitos vinhos de Chablis. Força e vigor absolutamente fascinantes, num Chablis sedutor. Fruta branca de caroço em primeiro plano, a abrir depois notas de avelãs, manteiga e banana. Na boca é gordo e untuoso, estrutura e acidez em boa consonância. Final muito longo, com notas finas de pastelaria. Um estilo que não temos por cá e que tanta falta nos faz. Prato: Linguado com banana.

Vinho: Jean-Marc Brocard Chablis Premier Cru Vau de Vey branco 2019 (13,5%) | J-M Brocard (França) - 37 euros (iVin)



Classificação Omnívoros: 89

PVP: 37 euros (iVin)


BIO e Vegan. 100% Chardonnay. Vau de Vey é um dos mais frios e ventosos terroirs de Chablis. Declives muito acentuados,45% nalgumas encostas. É também a mais oriental das parcelas que compõem a região. Cítrico e salino, seco e rico, dando quase a impressão de copiosidade, quando é bastante austero. Muito saboroso, notas fortes de toranja, chocolate branco e pele de pêssego. Muito lento a evoluir na boca, vai abrindo matizes e texturas, à maneira da viagem. Prato: Tripas.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Mesa: In Memoriam, Adelino Cardoso, desaparecido em 2019



Acabo de saber por uma publicação de Francisco Seixas da Costa que Adelino Cardoso morreu em 2019. Inconsolável, deixo relato e receita do inefável cozido por ele confiada, a que junto a frase de Jorge Luís Borges: "Morto, não faltará quem me empurre das balaustradas da Biblioteca de Babel". (in Ficcões). Estará no céu a fazer felizes os veneráveis, a que espero juntar-me um dia.

O Cozido do Painel de Alcântara

Quando nos perguntam qual é o mais português dos pratos portugueses, dizemos que não sabemos; que há muitos; que é difícil escolher um. Mas quando a seguir nos perguntam se não será o Cozido à Portuguesa, dizemos que sim; claro que sim! Arquivado na categoria transmontana no matricial livro de Maria de Lourdes Modesto “Cozinha Tradicional Portuguesa”, já ninguém hoje pode reclamá-lo quanto à verdadeira origem. Faz-se em todo o lado, existe em toda a parte e, tendo embora alguns componentes longe da consensualidade, o povo português adora o cozido. E como é bom, quando é bem feito! Sabe à própria vida e cresce connosco, até que nos vamos e ele fica. Mais ou menos rico, tanto faz, adapta-se às vicissitudes tanto das vidas pressurosas dos citadinos, como dos que vêem na pressa o diabo. Certo é que a procura é muita e não há quem não saiba qual é o “dia do cozido” no seu restaurante predilecto. O do Painel de Alcântara, em Lisboa, são dois: Quarta e Sábado.

Adelino Cardoso, o proprietário oficiante, não tem mãos a medir. “É de longe o prato campeão da casa”. A preparação do cozido de Quarta começa na Segunda “e só às 12:10 é que consigo começar a servir”. Verdadeira obra-prima de sustentabilidade culinária, processamento alquímico que transforma a primeira água, na qual se cozem as carnes, no derradeiro ouro líquido, as couves e os legumes, nada do cozido se perde. E quem pensar que no “Painel” só os cotas vão ao cozido, que se desengane, que os de vinte e poucos colonizam o restaurante reclamando já cerca de metade do território. “Tal como a mim, deve-lhes fazer lembrar os sabores da infância”, diz o chefe Cardoso, que acrescenta carinhosamente: “o melhor cozido que eu comi na minha vida era o que fazia a minha mãe”. Parece que a juventude que de tudo experimenta, com tónica forte no fast-food menos interessante, converge no tradicional e, casando, até o faz em casa. Pode ser que nem tudo esteja perdido que os seus filhos e netos, também eles possam ter recordações vivas e eternas dos sabores portugueses.

Determinam o sabor de forma dramática os legumes que se utilizam. Daquele cozido da sua mãe, Adelino Cardoso lembra-se sobretudo “do sabor da hortaliça”. Beirão de Viseu, ainda tem o coração preso àquele viveiro de tudo o que considera bom. Tem fornecedores distantes – “só a vitela é que é comprada aqui em Lisboa; o resto vem tudo das Beiras” – mas que lhe permitem oferecer o sabor que procura. O vinho que escolhemos para acompanhar o fabuloso cozido do Painel de Alcântara vem ainda de mais longe e tem o seu cordão umbilical ligado às terras transmontanas do rio Douro. Chama-se Meruge 2004 (16 Euros) e é produzido pela Lavradores de Feitoria, empresa que tem sabido trazer a tradição para os terrenos modernos do gosto actual. Gostamos nele da leveza e da estrutura que apresenta; juntamente com a sua acidez fixa elevada – afinal, estamos no Douro – abraça com carinho cada peça do nosso cozido, ao mesmo tempo que nos recondiciona o palato, enquanto a cavaqueira se vai encarregando de resolver os problemas todos do mundo.


Ingredientes

10 pessoas


Carnes

4 chispes

2 orelhas

1 entrecosto

½ entremeada

½ cabeça


Enchidos

4 farinheiras

2 chouriços de carne

2 morcelas

2 chouriços de sangue


Legumes

4 couves lombardas

1 couve portuguesa grande

1kg cenouras

1kg de nabos

1 molho de hortelã (para a cozedura)


Acompanhamentos

1kg de feijão branco

1/2kg arroz carolino


Para a marinada das carnes

Vinho tinto

4 dentes de alho

3 folhas de louro

Sal e pimenta, q.b.



Preparação

Prepara-se a marinada com os todos os ingredientes e põe-se dentro as carnes durante um dia. Passado o tempo, tiram-se as carnes da marinada, cobrem-se de água e cozem juntamente com o chouriço de carne. Depois de cozidas, reservam-se. Na água que ficou, cozem-se os enchidos, que também se reservam. Entretanto, faz-se um refogado de azeite, cebola e alho para o arroz, utilizando-se parte do caldo das cozeduras para o cozer. Faz-se o mesmo para o feijão branco. Leva-se os legumes a cozer no caldo que resta, com um molho de hortelã dentro, até estarem cozidos e as couves tenras. Serve-se as hortaliças com as carnes numa travessa, o arroz e o feijão noutra, e num prato separado apresentam-se os enchidos.