quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estrelas Michelin 2010

Enquanto se mastiga um jantar em Madrid, como se não se desenvolvesse úlcera gástrica ao mesmo tempo em quem leva o assunto Michelin a sério, aqui vão os meus artigos de fé para 2010.


Segunda Estrela

Amadeus, em Almancil - É o campeão da consistência e coerência, juntamente com uma alma nova que elevou o conceito de refeição em Poertugal a um patamar inédito. Sigi, ou Siegfried Danler-Heinemann

Fortaleza do Guincho - Vincent Farges trouxe para este extraordinário restaurante o que Westermann não tinha conseguido trazer: pica. Sabores intensos e directos, matéria-prima a raiar a sublimidade, e elenco de pratos de antologia.


Primeira Estrela

Tavares, em Lisboa - Tem de ser. Aqui está um exemplo de estratégia concertada e atinada (e de investimento maciço). José Avillez levou ao máximo a sua criatividade e, numa jogada claramente ibérica, está a dar nas vistas. Se o Tavares falhou aos inspectores, então tudo falhou.

Gemelli - Não me aborreçam com detalhes, do tipo "restaurante italiano fora de Itália não tem direito a estrelas". No ano passado... Il Gallo d'Oro... pois é! Augusto Gemelli ainda tem o seu coração no sítio, e o seu talento procura e merece quietude.

DOC, na Folgosa-Douro - Por incrível que pareça, ainda há muitos gourmets portugueses que não conhecem nem Rui Paula nem este templo suspenso sobre o Douro. Conhecedor da proteína portuguesa em geral e nortenha em particular, o chefe está imparável.

Tia Alice, em Fátima - Fiquei profundamente triste quando me inteirei do feedback negativo que os portugueses se entretiveram a enviar para a Michelin, dizendo mal do Tia Alice. Absolutamente injusto. Cozinha de coração, trabalho amoroso e profissionalismo a toda a prova.


Feitoria (Altis Belém Hotel), em Lisboa
- Grande brigada de cozinha. Muito bom sommelier (o melhor de Portugal, neste momento?). Grande sala. Serviço catita. Sabor português, bem português, em formato cândido e generoso.


Talheres vermelhos

Tasca da Esquina, em Lisboa - Vítor Sobral tem a melhor equipa do país. Cinco crominhos que todos e cada um deles podiam abrir uma casa amanhã, sozinhos, que seria um enorme êxito.

Alma, em Lisboa - Paradigma BCBG (bon chic bon genre, para quem não sabe): sala fria e sensaborona, mas cozinha atraente, travejada de influências de fora. Henrique Sá-Pessoa tem o que é preciso para animar uma casa destas.

Spazio Buondi, em Lisboa - Os Nobres! Sempre os Nobres!

Quinta do Prazo, em Valença - Amaya Guterres e Paulo Fonseca, dupla imbatível que também é casal e tem muitos filhos e trabalha de sol a sol e...

Puttanesca, em Leiria - Cozinha de grande talento, esta de Nuno Santos. Tudo feito num forno de pizzas, com timings e controlo infalíveis.

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