quarta-feira, 29 de abril de 2020

Vinho: Quinta do Pôpa Vintage Porto 2017 (18%) | Quinta do Pôpa

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 52,40 euros
Engarrafado em Julho de 2019. Fruta cozida domina o contacto aromático inicial, com um fundo de chocolate de leite que faz inaugurar a prova de boca em toada gulosa. Abre em bombom de ginja e permanece no património copioso do chocolate até ao final de prova. Prato: Bolo de chocolate suspirado.

Vinho: Pôpa Black Edition Douro branco 2018 (12,5%) | Quinta do Pôpa

Classificação Omnívoros: 83
PVP: 14,20 euros
Mistura de castas de vinha velha. Frescura e mineralidade são as primeiras impressões de contacto com este vinho, crescendo depois para tonalidades cítricas de limão e mel. Perfeito para saladas e pratos com leguminosas. Prato: Favas com chouriço.

Vinho: Pactus Pinot Grigio Lisboa branco 2018 (12%) | Quinta do Carneiro

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 8,50 euros
Segundo o produtor, esta casta é uma variante da Pinot Blanc e é rara em Portugal. Não é muito frequente no universo dos vinhos portugueses, de facto, mas rapidamente nos afeiçoamos a este vinho. Vibrante na boca, cítrico e penetrante no nariz, resolve bem gorduras e doces de ovos. Prato: Ensopado de borrego.

Vinho: Quinta da Atela Valwine Tejo tinto 2017 (15%) | Quinta da Atela

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 10,20 Euros
Touriga Nacional (50%), Syrah (25%) e Cabernet Sauvignon (25%). Nariz cítrico e de gengibre. A boca mostra ameixa madura e tapenade de azeitona preta, e reaviva as notas aromáticas iniciais. O resultado integrado tem final longo e especiado, sem nunca perder o equilíbrio. Prato: Favas com entrecosto.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Vinho: Conde Vimioso Reserva Tejo tinto 2017 (14,5%) | Falua

Classificação Omnívoros: 87
PVP: 13 euros
Estrutura fina e delicada a denunciar trabalho eficaz de vinificação, na boca é copioso e exuberante, abrindo em notas especiadas e balsâmicas, sugestões de gengibre e alcaçuz. Muito equilibrado ao longo de toda a prova. Prato: cabrito assado no forno.

Vinho: Conde Vimioso Reserva Tejo branco 2018 (12,5%) | Falua

Classificação Omnívoros: 85
PVP: 13 euros
100% Arinto, solos arenosos. Fermentou e estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês. Está ainda muito marcado pela madeira, mas a qualidade e especificidade do Arinto que apresenta é já factor importante. Cítrico e floral, evolui em equilíbrio na boca. Prato: Mão de vaca com grão.

Vinho: Conde Vimioso Sommelier Edition Tejo tinto 2017 (14%) | Falua

Classificação Omnívoros: 90
PVP: 7,90 euros
Aragonez, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Shiraz. Estagiou um ano em barricas de carvalho. Equilíbrio e elegância marcam o património deste vinho. Notas de pirasina que evoluem para fruta cozida e tapenade de azeitona preta, terminando em impressões de grafite. Prato: Coelho à caçador.

Vinho: Conde Vimioso Sommelier Edition Tejo branco 2019 (12,5%) | Falua

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 7,90 euros
Arinto, Fernão Pires e Verdelho. Parte do Arinto fermentou e estagiou em barricas novas de carvalho francês. Ataque vigoroso e fresco na boca, abrindo depois nuances florais e na boca notas de nêspera e ameixa branca. Um vinho sofisticado, ideal para pratos exóticos de inspiração oriental. Prato: Sushi.

domingo, 26 de abril de 2020

Vinho: Maria Izabel Douro rosé 2017 (13%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 82
PVP: 15,70 euros
Perfil original, contorna a tradição da fruta primária sugestiva de morangos e groselha e apresenta uma estrutura mais sólida do que o habitual. Tem notas amanteigadas e de cogumelos que ajudam muito a definir e apetecer aptidões gastronómicas concretas. Prato: Risotto de cogumelos.

Vinho: Maria Izabel Sublime Douro tinto 2016 (12,5%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 96
PVP: 84,80 euros
Vinho enigmático, apresenta-se a um tempo tânico e ligeiro. O que não engana é a estabilidade em boca e as sugestões de terra - cogumelos frescos e trufa preta - e cítricas, a evocar laranja amarga. Comprimento interminável. Prato: pregado assado com alcaparras.

Vinho: Maria Izabel Douro tinto 2016 (13%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 17,90 euros
Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês. Estrutura bem urdida, boa concentração, está aqui um Douro que corresponde bem ao desígnio, pedindo assento à mesa e assessoria sólida bem condimentada. Prato: Cabrito assado no forno.

Vinho: Quinta Maria Izabel Douro tinto 2015 (13%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 92
PVP: 28,70 euros
Estagiou 9 meses em barricas de carvalho francês. Um vinho feito à maneira do ourives, as arestas bem biseladas e polidas, para uma estrutura final de grande recorte. Fruta imaculada, balanço concentração/extracção muito bom, com taninos muito finos. Este vinho transpira elegância e inspira longevidade. Prato: Perdiz estufada.

Vinho: Maria Izabel V. Velhas Vinhas da Princesa Douro branco 2017 (13%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 47,70 euros
Fortemente cítrico na entrada, junta impressões salinas na continuação de prova e termina com sugestões de figos secos. Final de boca copioso. Prato: lulas estufadas.

Vinho: Maria Izabel V. Velhas Vinhas da Princesa Douro tinto 2017 (12,5%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 91
PVP: 64,80 euros
200424 - Cepas muito velhas plantadas em pequenos terraços. Grupo de amargos pronunciados logo na entrada, aromas quase atlânticos. A boca é poderosa e cheia sem perder a finesse sugerida no início. Nariz cítrico e vibrante, evolução vagarosa e em crescendo, final muito suave e equilibrado. Prato: Magret de pato com gratin dauphinois,

Vinho: Maria Izabel Bastardo Marco Niepoort Douro tinto 2017 (13,5%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 93
PVP: 140 euros
Extracção muito ligeira, apenas a suficiente para nos dar o coração do vinho, tonalidades de laranja amarga e nêsperas maduras. Quando abre no copo revela grafite e salinidade que acrescentam muito ao conjunto. Queremos mais vinhos destes! Prato: Caril de frango à moda de Goa.

sábado, 25 de abril de 2020

Vinho: Quinta Maria Izabel Douro branco 2017 (13,5%) | Quinta Maria Izabel

Classificação Omnívoros: 94
PVP: 19 euros
Nariz floral, com toques de mel nas primeiras impressões. A boca mostra notas terrosas e salinas e apresenta uma grande estabilidade ao longo da prova. Termina muito fino e seco, ligeiramente salino. Prato: Mão de vaca com grão.

Vinho: Quinta Casa Amarela Elísio Douro tinto 2016 (14%) | Laura Regueiro

Classificação Omnívoros: 92
PVP: 45 euros
Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Estágio 18 meses barricas novas de carvalho francês. Este título aposta sempre na elegância e equilíbrio e esta edição não é excepção. Taninos muito finos, acidez assenta bem na estrutura bem urdida e evolução muito longa na boca. Prato: Magret de Pato com frutos vermelhos.

Vinho: Quinta Casa Amarela Reserva Douro tinto 2015 (14,5%) | Laura Regueiro

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 25 euros
Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Muito fino em todos os momentos da prova. Primeiro, liberta notas de fruta cozida, alcaçuz e cogumelos frescos, património típico da Casa Amarela. Muito especiado na boca, noz moscada, pimenta preta e cravinho, longo na prova. Está na linha dos melhores que a casa produziu, há que dar-lhe um par de anos de guarda em cave. Prato: Cabrito assado no forno

Vinho: Casa Amarela Douro tinto 2018 (14,5%) | Laura Regueiro

Classificação Omnívoros: 86
PVP: 9,50 euros
Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Barroca e Tinta Amarela. Nariz de fruta de caroço cozida. Copioso na boca em notas de fruta de arbusto madura, a que se juntam adiante na prova notas balsâmicas que tornam o conjunto apelativo. Prato: Bacalhau à Gomes de Sá.

Vinho: Casa Amarela Selection km 16 Douro tinto 2016 (13,5%) | Laura Regueiro

Classificação Omnívoros: 83
PVP: 16,50 euros
Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Estágio em barricas novas de carvalho francês. Notas de violetas e amoras no nariz e de citrinos na boca. Há muita frescura e a leitura do vinho é acessível, consensual. Prato: Penne alla Puttanesca

Vinho: II Terroir Velho Mundo XVI branco (13%) | Laura Regueiro

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 16 euros
Um vinho, dois produtores, Laura Regueiro (Douro) e Quinta do Regueiro (Vinhos Verdes) vêm produzindo este lote de ambos os terroirs, resultado interessante que acabou por se impor. Aromas cítricos e de folhas de chá, na boca apresenta um grupo de amargos atraente, óptimo para caldeiradas de peixe e pratos de caril de mariscos.

Vinho: Casa Amarela Reserva Douro branco 2018 (13%) | Laura Regueiro


Classificação Omnívoros: 86
PVP: 13,90 euros
Viosinho, Rabigato e Malvasia Fina. Estagiado em barricas novas de carvalho francês. Marcadamente cítrico no nariz, na boca evoca ameixas brancas maduras, com um fundo floral atraente. Acompanha bem uma bôla de sardinha à moda de Lamego.

Vinho: Chão da Quinta Encruzado Oaked Reserva Dão branco 2017 (13%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 90
PVP: 13 euros
100% Encruzado, a casta branca rainha do Dão e uma das grandes castas de Portugal. Estágio parcial em barricas de carvalho francês com batonnage. O vinho foi trabalhado e cuidado pelo grande enólogo Carlos Silva, figura de proa da complexa arte de fazer vinhos que temos no país. A madeira está perfeitamente integrada e ajuda no vinho a criar polifenóis mais complexos e redondos, ao mesmo tempo que o prepara para um longo período de estágio em garrafa, dando continuidade à grande tradição da região. Prato: Queijo Serra da Estrela.

Vinho: Chão do Vale Vinhas Velhas Lafões branco 2017 (13%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 15 euros
Cercial, Arinto e Dona Branca. Vinho surpreendente, nunca repousa nos tradicionais citrinos e flores que os brancos do Dão inspiram na juventude, antes pronuncia notas terrosas e minerais, conseguindo criar um ambiente clássico, com a complexidade e capacidade de evolução que isso acarreta. Prato: Açorda de camarão.

Vinho: Chão da Quinta Signature Reserva Dão tinto 2015 (14%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 93
PVP: 22 euros
100% Touriga Nacional. 12 meses em barricas de carvalho francês Alllier. 100% Touriga Nacional. 12 meses em barricas de carvalho francês Allier. Está aqui um grande vinho do Dão, produzido num dos melhor anos de sempre, feito sob a orientação magistral de Carlos Silva. A elegância que só o Dão consegue oferecer, a resolver na perfeição o cabrito assado bem temperado, com a assessoria vegetal que merece e que a época pede.
(Evasões online 8/Abril)

Vinho: Chão da Quinta Field Blend Dão tinto 2016 (13,5%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 84
PVP: 7,50 euros
Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen. 12 meses em carvalho francês. Uma abordagem moderna e eficaz ao terroir granítico e de altitude desta parcela de vinho no coração do Dão. Rico em sugestões aromáticas, cria na boca a sensação de elegância que procuramos sempre nos vinhos da região. Excelente relação preço/qualidade.

Vinho: Chão da Quinta Touriga Nacional Premium Dão tinto 2016 (14%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 12,50 euros
100% Touriga Nacional. Cítrico e floral no nariz, na boca impressiona pela leveza que evolui ao longo da prova. É contudo um vinho robusto, apto às maiores contendas à mesa, especialmente com pratos de cozedura longa de caça ou chanfana.

Vinho: Chão da Quinta Reserva Dão tinto 2015 (14%) | Chão de São Francisco

Classificação Omnívoros: 90
PVP: 13 euros
Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen. Complexidade e foco em todos os momentos da prova, trabalho minucioso de afinação da estrutura, em que cai na perfeição a belíssima acidez que apresenta. É um grande Dão, com tudo o que de patrimonial isso implica. E 2015 é o melhor ano no Dão que presenciei até hoje.

Vinho: Herdade Barranco do Vale Reserva Algarve branco 2019 (13%) | Herdade Barranco do Vale

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 9,50 euros
Antão Vaz, Arinto e Alvarinho. Tonalidades salinas únicas, de resto em consonância com o imenso património culinário marítimo que o Algarve há décadas nos põe na mesa e de que nós apenas parte absorvemos. Experimente com estupeta de atum, e tem o céu na mesa.
(Evasões Online Vinhos e Saladas 16/Abril)

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Vinho: Herdade Barranco do Vale Reserva Algarve tinto 2018 (14%) | Herdade Barranco do Vale

Classificação: 86
PVP: 9,50 euros
Castelão e Aragonez. Quando o Castelão está no zénite, é uma casta gloriosa e aqui está ele a exibir-se com pompa e circunstância, em solos e mãos que lhe fazem a devida justiça. Notas de fruta cozida e pirasina, a que se junta noz moscada para um final feliz. Prato: xerém de conquilhas.

Vinho: Azamor Petit Verdot Alentejo tinto 2015 (14%) | Kilburn & Gomes

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 20,90 euros
Estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês. Entrada fresca e equilibrada na boca, a criar um ambiente floral e cítrico na prova. Comprido e fino, trabalho exemplar de construção da estrutura inquebrável do vinho, apto tanto à mesa petisqueira como aos pratos de tacho.

Vinho: Azamor Selected Vines Alentejo tinto 2014 (14%) | Kilburn & Gomes

Classificação Omnívoros: 91
PVP: 17,80 euros
Estágio 12 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Impressões aromáticas cítricas e baunilhadas em primeiro plano, notas de nêspera e ameixa a seguir, apetece entrar neste vinho. A frescura sentida em boca é notável, tendo conta a muito elevada temperatura na altura da vindima. Extracção bastante contida, elegância muito bonita, sugestões quase salinas no final, que é muito longo.

Vinho: Azamor Alentejo tinto 2016 (14%) | Kilburn & Gomes

Classificação Omnívoros: 85
PVP: 9,80 euros
Ameixa madura cozida é a primeira nota aromática, surgindo depois um contínuo vagaroso de fruta fresca de arbusto. Na boca surgem notas minerais de grafite, ambiente geral fresco e persistente.

Vinho: Azamor Alentejo Selected White branco 2015 (13%) | Kilburn & Gomes

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 12,90 euros
Arinto (50%) e Antão Vaz (50%). Fermentação parcial em barrica, com estágio de seis meses nas borras finas. Potência e elegância, neste lote feliz de duas grandes castas brancas nacionais. A casa tem-nos habituado a tintos de bom gabarito, face a este exemplo em branco temos de alargar o leque. Intenso e saboroso, a idade acrescentou-lhe complexidade sem ferir o carácter vibrante e fresco. Excelente para um ensopado de borrego.

Vinho: Kopke Winemaker’s Collection Tinto Cão Douro rosé 2019 (13%) | Sogevinus

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 20 euros
Há que tirar o chapéu ao que a Sogevinus está a fazer, em todas as frentes vínicas e na recapitalização das suas marcas. Mais um título distintivo da série de vinhos de assinatura do enólogo Ricardo Macedo. Estagiou na adega de S. Luiz e fixa as virtudes da casta Tinto Cão. Grupo de amargos notável, é poderoso no ataque e elegante na continuação da prova. É um rosé distintivo a todos os títulos. Prato: caril de camarão.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Vinho: Cuco Velho Reserva Douro tinto 2016 (13,5%) | Parras

Classificação Omnivoros: 83
PVP: 4,90 euros
Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Blend tradicional do Douro, neste vinho a fazer-lhe inteira justiça pela consensualidade. Excelente para acompanhar vitela assada no forno, e também apto à mesa petisqueira de presunto e enchidos.

Produto: Cravinho-da-Índia (Syzygium aromaticum)

Para cozer peixe gosto de fazer uma boneca com uma cebola de semente portuguesa, espeto-lhe dois dentes de cravinho e com uma faca meto-lhe uma folha de louro dentro. Chega e sobra para dois litros. Depois se tiver um talo de aipo à mão junto e está feito o meu court-bouillon para peixe. A minha experiência com cravinho é um pouco traumática, porque é uma especiaria que não perdoa excessos, e quase sempre se exagera. Quando um cozinhado sabe muito a cravinho já está tudo perdido, quando não sabe é porque tudo se fez no bom ponto. Margão, Janota e quejandos têm dentes de cravinho - que são bolbos secos de flores vermelho-forte da árvore tropical com o mesmo nome - que estragam mais do que arranjam. O único cheiro que admito em mim próprio é o do banho bem tomado, quando muito essência de limão, mas quase nunca. O céu também não deve ter cheiro e deve comer-se por lá muito bem. Uma cabeça de peixe cozida sem o “meu court bouillon” não tem graça nenhuma, mas admito que a os caldos de outros possam resultar para eles. Em casa fazemos o que queremos e como queremos. A segunda estaca de embirração cravo-a no ensopado de borrego que sem hortelã da ribeira e um toque de cravinho é como uma bela zarolha. O problema é a minúscula especiaria ser matreira e achar que pode dominar sozinha o espectáculo. A minha perna de borrego assada é feita apenas com dois dentes de cravinho - um espetado na incisão de extracção do bedum o outro no verso da peça, vagamente coincidente com a virilha do cabeçudo -, um fio de azeite e muito pouco sal. Vi finalmente o céu, com o cravinho da Organic India, que as pessoas felizes da Zurc e Etraud - anagrama de Cruz e Duarte - me proporcionaram. No court-bouillon deixei de usar louro e no borrego assado estou finalmente à vontade com a minha técnica. No final, é o céu, o mesmo do banho bem tomado, em que há só equilíbrio e sabores directos. Assim posso finalmente dizer um enorme obrigado às pessoas iluminadas que souberam intersectar-me nos meus corredores e cravar-me no trilho certo do cravinho. Ontem foi mais uma aventura. Bacalhau no forno apenas com azeite e um dente de cravinho. Nem sal levou. Como no céu.

Vinho: Icon d’Azamor Alentejo tinto 2010 (14%) | Kilburn & Gomes

Classificação Omnívoros: 92
PVP: 59 euros
A idade ainda não se sente no perfil deste vinho, continua vibrante e fresco, tanto no nariz como na boca. Chocolate negro e notas confitadas de ameixa e mirtilos marcam o património aromático e de sabor. Final longo e lento, característica dos grandes vinhos.

Vinho: Manoella Douro branco 2019 (12%) | Wine & Soul

Classificação Omnívoros: 90
PVP: 13 euros
Vinhas velhas em solo granítico. Aromas de nêsperas e melão, na boca é mineral, com uma face salina pronunciada. Persistência notável na boca, a pronunciar impressões de diospiro e esteva. Perfeito para acompanhar peixe no forno à portuguesa e bacalhau à lagareiro.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Vinho: Quinta da Atela Reserva Tejo tinto 2017 (14,5%) | Quinta da Atela

Classificação Omnívoros: 89
PVP: 7,30 euros
Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Castelão e Cabernet Sauvignon. Grande amplitude de abordagens, vinho praticamente multiusos, sobretudo pelo leque de castas contempladas e, claro, pelo cuidado enológico posto na composição do lote. Óptimo com um bacalhau à lagareiro, excelente com uma feijoada à portuguesa.

Vinho: Quinta da Atela Valwine Tejo branco 2018 (13%) | Quinta da Atela

Classificação Omnívoros: 88
PVP: 10,20 euros
Gewurztraminer, Chardonnay e Fernão Pires. Estágio em madeira. Taninos mais presentes e amaciados, o vinho tem um comprimento apreciável e um ataque incisivo de gorduras e proteínas, resolvendo com facilidade muitos pratos da nossa tradição culinária. Perfeito também para o corte da doçaria conventual.

Vinho: Quinta da Atela Tejo branco 2018 (13%) | Quinta da Atela

Classificação Omnívoros: 85
PVP: 5 euros
Fernão Pires, Chardonnay e Gewurztraminer, solos arenosos. Salino e floral, sem os excessos aromáticos típicos da casta Gewurztraminer colhida fora do ponto óptimo de maturação das uvas. Brilhante com uma salada carilada de lavagante.

Vinho: Pata d’Urso Vinhas Antigas Douro tinto 2017 (14%) | Furada/Niepoort

Classificação Omnívoros: 93
PVP: 70 euros
Uvas provenientes das vinhas velhas da Furada, em Ervedosa do Douro. Estágio longo em pipas de carvalho francês. Vinho de boa concentração e muito cuidado na extracção. É seda na entrada, veludo no fim de boca e permanece vários minutos no palato. Complexidade notável, sugestões de grafite, café torrado e figos secos.